Ao meu claustro

Diante de mim eu vi uma construção que eu conhecia do meu tempo anterior.
Assim pensei, aqui dentro estaria o meu primeiro claustro?
Eu tinha sido encarcerado numa arena velha.
Entrei pelo portão, mas no mesmo instante que entrei ouvi uma choradeira terrível e a lamentação de pessoas.
Na rua eu tinha contemplado uma cena igual e imediatamente entendi o que estava acontecendo.
Vi mortos e feridos, eles estavam dispersos à esquerda e à direita de mim e ouvi a blasfêmia de pessoas terrenas.
Assim eram maltratados os fiéis.
Mas neste momento tudo isso não me interessava.
Agora eu estava demasiado concentrado na minha própria vida, da maneira que eu não queria me preocupar com isso.
Não me atingia, porque eu vivia na eternidade.
Na Terra eles tinham que brigar por isso.
Porém, não era uma cena cristã, porque blasfemavam e davam pancadas violentas.
Logo alcancei o meu claustro.
Neste eu tinha sido encarcerado, lá aguardei a minha sentença.
Chegaram outros que tomaram o meu lugar.
Contei sete, apesar de haver espaço para uma pessoa só.
Três destas pessoas terrenas eu podia ver claramente, mas os outros eram fantasmas para mim.
Nesse momento as paredes da cela eram transparentes para mim e assim vi que aquelas outras celas também estavam habitadas.
O Homem da Terra se estava rebelando.
Os fiéis eram destruídos.
Muitos deveriam morrer, porque quando eram encarcerados estavam condenados à morte.
Aqui cumpri o meu tempo.
Depois me levaram para outro lugar e ali morri.
Aqui conversei com a Marianne.
Lamentei que tivesse perdido a consciência naquela hora.
Mesmo assim neste momento não vi nem senti nada das influências estranhas.
Continuei a mim mesmo e não aconteceu nada comigo.
Aguardei, mas não aconteceu nada.
Agora que não pude observar nada de mim, observei as pessoas à minha volta.
Em torno de um preso eu vi um espírito que poderia ser a sua mãe.
Quando me concentrei, senti que era mesmo ela.
Ela sentia e sabia que aconteceria algo terrível com o seu filho?
Como ela sabia?
Como ela obteve essa sabedoria?
Estes eram novos enigmas para mim.
Porém, não me aprofundei muito, mas me concentrei na minha própria vida.
Não fiquei mais esclarecido aqui e decidi ir ao meu outro claustro.
Concentrei me fortemente no passado, vi e senti que deixei a cidade.
Agora eu flutuava sobre a Terra e sentia que chegava num local onde nunca tinha estado na minha vida.
Este era um lugar para presos?
Diante de mim havia uma água grande e nela havia uma ilha.
A água estava circundada por montanhas.
Daqui nunca teria tido a oportunidade de escapar.
Mais parecia um covil subterrâneo, ou as catacumbas que eu conhecia.
Eu sentia muito claramente que eu estava no lugar onde eu estive encarcerado e tinha falecido.
Eu flutuava sobre a água e pisei na ilha.
Achei este flutuar bem curioso.
Ali, naquela construção horrorosa eu morri, aqui eu tinha sido ligado aos Demônios.
Entrei e vi onde eu me encontrava e que eu precisava descer.
Os degraus tinham sido cortados nas rochas e lembrei que os contei.
Também agora o fiz.
Realmente, havia trinta e dois.
Depois cheguei numa pracinha, mas diante de mim vi um atalho que serpenteava para cima e me levaram às mais altas celas.
Não, daqui de certeza não pude ter escapado.
Eu queria ir primeiro à minha própria cela, depois eu visitaria as outras.
Esta deveria ser a ilha dos mortos do qual ouvi falar.
Agora entrei na minha cela.
Neste casebre quadrado entrou outro no meu lugar.
Que casebre miserável era esse.
Como era terrível o destino deste homem, porque ele aguardava o seu fim.
Era um homem jovem, magro e estava deitado no mesmo lugar onde eu sempre me deitava e entrei em ligação com os demônios.
Ali ele descansava e pensava como eu: quando virá o meu fim.
Ele também estava em ligação?
Ele já estava inteiramente exausto e não poderia demorar muito mais.
Então a morte viria buscá-lo, a morte que não era morte, mas significava a vida.
Eu mesmo era a morte e aqui eu estava diante dele, algo de que ele não sabia nada.
Pobre homem!
Sentei perto dele, mas ele não me sentia.
Depois atravessei por ele, mas também isso ele não sentia.
O Homem invisível podia se aproximar muito do Homem terreno, influí-lo, fazer tudo que quisesse e, mesmo assim, o Homem terreno não tinha conhecimento disso.
Teria que ser muito sensível para poder ver, ouvir e sentir isso.
Como foi simples chegar a mim para aqueles Demônios.
Nesta vida podia se ir onde quisesse e fazer aquilo que interessava.
Eu devia tentar fazer parte de mim estabelecer esta ligação.
Eu queria saber com precisão como o Homem pode alcançar a Terra, assim eu o protegeria pela própria sucumbência se quisesse terminar a sua vida terrena.
Acima de mim vi um fantasma e este possuía mais luz que eu.
Era o Homem astral.
O homem terreno tinha uma luz totalmente diferente, nisso eu podia ver que era um homem astral.
Este ser o vigiava?
A luz que percebi era muito fraquinha e, mesmo assim, eu sabia que este homem era superior a mim.
Este ser estava aqui para influí-lo?
Senti que ele me percebia.
Era um vulto feminino, isso eu vi nas linhas da sua figura.
Sentia mais ainda, porque entrou claramente em mim, para que ela chegasse até ele.
Este era um Espírito de proteção, um ser que vigiava pelo bem de um ente familiar, provavelmente ele era o seu filho.
Porém, isso eu não sabia ainda com certeza, mas em todo o caso ela chegou aqui com boas intenções.
Ela o protegeria contra Demônios e então a minha ajuda seria desnecessária.
Ela também sabia mais que eu desta vida e poderia alcançá-lo de várias maneiras, coisa de que eu ainda não sabia nada.
Agora ficou claro como eu senti e entendi tudo isso tão rapidamente, porque novamente eu sentia aquela outra atuação.
Era como se essa atuação fosse colocada dentro de mim.
Nisso senti e reconheci o meu próprio espírito guia e entendi que talvez outras verdades seriam me esclarecidas.
Ele tinha me seguido até aqui?
Era o Emschor?
Porém não obtive resposta aos meus pensamentos e, portanto aguardei.
Porém, entendi que nesta vida se aprendia através de outros.
Esta vida era sentir, ligar e proteger.
Eu sentia por ela, ali acima de mim, respeito e também para os sentimentos que me alcançavam.
Ela ainda estava ali e senti que ela me olhava.
Eu conheci forças diferentes daquelas que eu já vivenciei.
Mas o que vim fazer aqui?
Aqui entrei em ligação com os Demônios.
Onde estavam agora?
Não conseguiam alcançá-lo?
Aquela aparição chegou aqui para mim, porque senti que ela me olhava.
Se era possível de ver em outra vida e poder sentir aquela vida, ela saberia que eu estava aqui para conhecer a minha própria vida.
Eu estava totalmente aberta para ela.
Eu olhava na vida de um outro e ela, que era mais alta que eu, com certeza podia.
Agora pensei no tempo em que eu estava aqui.
Quanto tempo fiquei encarcerado?
Eu tinha quase trinta e oito anos quando me encarceraram.
Concentrei-me naquele tempo e senti que eu fiquei aqui quatro anos e meio antes de me suicidar.
Como aguentei aquele tempo todo?
Em pensamentos retornei a ele que tomou o meu lugar, eu queria saber por que ele estava aqui.
Quando me liguei a ele, senti uma influência muito forte passar por mim e entendi aquela força.
Eu estava sendo ajudado nisso?
Ele também matou.
Mandei a mensagem de não se suicidar, porque ele receberia ainda mais dor e sofrimento que ele entendesse até agora.
Isso podia se carregar, mas essa outra coisa seria muito mais terrível.
Quando pensei nisso a aparição por cima de mim sumiu.
Aonde ia este Espírito?
Ela sentia perigo?
Eu não estava consciente de nenhum perigo, porque eu estava aqui sozinho com ele.
Mais uma vez me concentrei nele.
Agora transitei totalmente nele.
Torci-me em seu corpo como tentei na minha própria veste material quando eu estava pendurado ao seu lado.
Eu queria ver e vivenciar se ele me sentia.
Ele deveria estar alcançável, para isso ele era homem.
Forcei-o a levantar-se, o que fez, mas depois eu não o tinha mais no meu controle, e ele andou até ao canto da sua cela onde marcou os dias, semanas, meses e anos.
Eu o segui em pensamentos e calculei todos aqueles algarismos.
Passaram-se sete anos já.
Como era desumano o seu sofrimento.
Sete anos sozinho, totalmente só neste horror!
Achei muito estranho que pude apanhar tudo isso dele.
Agora mandei para ele o que eu sabia desta vida já, mas nem isso era necessário, porque ele era um homem de fé.
Entendi que ele não era alcançável para terminar com a sua própria vida.
Ele era cristão e carregava a sua cruz com resignação.
Nele havia uma fé poderosa e eu o admirei.
De repente ele fez alguma coisa com o que eu não contava.
Ele se ajoelhou e começou a rezar.
Como senti vergonha agora que eu vivenciava isso.
Na minha vida, nem aqui, nunca tinha rezado.
Mas continuei um com ele e por isso passou por mim uma grande felicidade.
Um Homem podia ser tão feliz por rezar?
Que sentimento lindo entrava dentro de mim agora.
Era a força da sua oração.
Então eu é que era um Homem pobre.
Como ele era feliz e, mesmo assim, ele vivia neste Inferno.
Era o mais terrível que, na Terra, o Homem podia receber.
Este homem devoto matou?
Como podia matar, porque quando se tinha fé não se matava.
Agora vi porque ele tinha matado.
Ele quis proteger a sua própria irmã.
Um pagão quis manchar o seu corpo e ele evitou que este o conseguisse ao bater nele.
Quem me deu esta visão?
Ele pensou em tudo isso e pediu perdão ao seu Deus.
Ele rezou assim, eu quero muito expiar, meu Deus, mas protege a minha irmã.
Ela não é forte, ela é tão fraca e não pode se proteger contra aquela força.
Ampare-a, meu Deus e eu expiarei com prazer.
Agora entendi tudo.
Pobre Homem, você se sacrificou.
Agora está encarcerado e terá que morrer aqui.
Mas que fé poderosa possui você que é ainda tão jovem.
Proteja-a, ouvi o dizer, agora que também a mãe não vive mais.
Portanto a aparição era a sua mãe e eu tinha sentido bem.
O pai dele estava neste lado já?
Porém aqui ele não se encontrava.
Como éramos diferentes.
Eu procurava ligação com a vida, com Demônios, deixava mentir para mim e me enganar, e ele procurava tudo com o seu Deus.
Interiormente ele estava bem acima de mim.
Outra vez conheci outro tipo de Homem.
Mas o que mais eu tinha que fazer aqui?
Eu queria ir embora, mas senti que eu estava a ser impedido.
Ao entrar neste mundo eu senti aquela mesma força, quando transitei do silêncio ao mundo astral.
Também agora eu sentia aquela força e por isso concentrei-me novamente no preso.
Ele mantinha-me de pé?
Não, embora eu tivesse sentido claramente aquela atuação, não podia ter me enganado.
Eu tinha que rezar também?
Eu sentia respeito por este homem infeliz, mas ainda não conseguia rezar como ele.
Eu não poderia rezar desta maneira, porque o meu interior me negava.
Mesmo assim eu gostaria muito, porque eu sentia respeito por tudo que eu vivenciei até agora, também por Deus.
Mas para rezar como ele, não, não era possível, pois eu tinha sofrido demais.
Eu sentia respeito e isso já era muito para mim.
Eu tinha que acreditar em Deus?
Aquela força invisível queria que eu me ajoelhasse?
O ser que falou comigo gostaria que eu fizesse?
Eu não poderia, apesar de que eu sentia que a oração tinha que tornar parte de mim.
Vivenciando a vida eu me elevaria, aprenderia a amar.
Então eu não amava?
O tanto que eu gostava de Marianne, isso não era amar?
Novamente eu queria ir embora e pela segunda vez me chamaram para parar.
O preso tinha voltado ao seu cantinho.
Mas o que queriam de mim?
Novamente olhei o Homem que estava diante de mim e senti que estava mergulhado em oração profunda.
Ele estava ali de olhos fechados.
Eu o via como um santo.
Senti-me ficar agitado e isso era por causa do seu rezar.
Achei-me grosso e insensível.
Pela sua oração ele me puxava a um outro mundo, no mundo da fé, amor e entrega.
Aquele mundo eu não conhecia ainda.
Aqui no meu claustro conheci uma outra vida.
Uma de felicidade, de sacrifício e de amor puro.
Por sacrificar-se pela sua irmã ele estava aqui.
Eu também poderia ter feito.
Eu poderia dar a minha vida seja para quem fôr, se eu soubesse que alcançaria algo com isso.
É que se não houvesse morte, prosseguia-se eternamente.
Eu o olhei muito tempo e por vivenciar tudo isso, comecei a pensar diferente.
Se era este o propósito, eles tinham conseguido alguma coisa e eu lembraria disso e eu voltaria a lembrar.
Eu tentaria tornar-me um cristão como ele.
No momento pior da sua luta, de dor e sofrimento e muita outra miséria ele queria expiar, pedia a Deus forças para outros.
Com isso me conhecia a mim mesmo.
Eu tinha blasfemado e amaldiçoado.
Eu tinha chamado o Deus de ser injusto.
Aqui aprendi como ter que viver e ao mesmo conhecer outros Céus e Infernos.
A pessoa que tinha ido embora há pouco, vivia no seu Céu e o Céu que ela possuía era grande em confiança e fé.
O meu Céu era de escuridão em qual eu vivia.
Eu vivia entre ambas as situações e queria adquirir o meu Céu.
Eu estava muito contente que pude vivenciar aquilo.
Novamente quis ir embora, porque aqui eu não tinha mais nada a procurar.
Agora eu queria ir às outras celas, mas pela terceira vez fui barrado.
Mesmo assim eu não via ser algum, nada daquela força que me impedia ir embora.
Agora o preso estava olhando para frente e parou de rezar.
Estava ali como se estivesse morto, parecia não estar respirando.
Mas quando fazia, o seu peito chiava, assim que pude ouvir em meu mundo.
De repente ele levantou-se, andou algumas vezes pela sua cela e voltou ao seu lugar.
Eu também tinha feito assim, porque achei que ficasse louco.
Agora me liguei a ele e queria tranquilizá-lo, mas ele fez o que queria e senti que não podia alcançá-lo.
Quando ele se levantou da sua primeira concentração, ele mesmo quis.
Com isso aprendi que na Terra o Homem se fechava e protegia contra outros e estranhos, para situações desconhecidas a ele.
Deus depositava no Homem uma vontade própria e o Homem material era influenciável segundo sintonização, sentimentos e personalidade.
Mas comecei a sentir que Deus o conduzia, fora do controle do Homem, mesmo assim.
Agora pensei em Emschor.
Se ele fizesse me vivenciar isso eu gostaria de agradecê-lo do mais fundo da minha alma.
Se ele me condizia, queria pedi-lo a ter paciência comigo, porque eu faria o melhor para adquirir tudo isso.
Este acontecimento para mim era sabedoria de vida.
Com isso conheci a vida em que vivia agora e aceitar a minha própria vida.
Sentei novamente do lado do preso, um outro poder forçou-me a fazer isso.
Assim que sentei achei perceber uma bruma reluzente.
Era um acontecimento igual a quando eu estava encarcerado aqui.
Agora vi movimento na bruma e que tomava forma.
Vi claramente que algo se adensava lá dentro, de maneira que o reconhecia como homem.
Porém o homem do meu lado não via nada daquilo.
Isso era só para mim?
Realmente, eu vi bem.
Emschor, eu disse em pensamentos, é Emschor.
O espírito que falou comigo há um século retornou a mim.
Um rosto radiante me olhou e dentro de mim correu uma força elevada.
“Lantos”, ouvi dizer: “Lantos Dumonché.”
“Você me conhece?” perguntei.
“Você ouve que o conheço, mas ouça.
Venho fazer-lhe algumas comunicações e sou-lhe muito grato pelos pensamentos lindos que me emitiu há pouco.”
“Você sabe disso?” perguntei.
“Você ouve que eu estou sabendo.”
Curioso, pensei, que forças possui este homem.
“Há pouco o impedi de ir embora e o liguei a ele que está do seu lado e a muitas outras situações, incompreensíveis ainda para você.
Ouça-me: A partir daqui será ligado com a vida.
Muitos anos atrás falei com você aqui e aconselhei-o a não terminar a sua vida terrena.
Neste momento venho a você para convencê-lo da nossa vida.
Eu o sigo, Lantos, em tudo, e sou a ligação com os seres ainda mais elevados que dirigem você e a mim.
Posso ligá-lo com o passado, mas esta não é a minha vontade, mas a dos que vivem nas esferas mais elevadas e se chamam de despertados cósmicos.
Por isso sigo-o em todos os seus caminhos, porque nós formamos dois elos de uma cadeia poderosa que nos liga com esta vida, o passado e o Universo.
Passo a passo seguirá o seu caminho e eu o ajudarei com isso.
Por isso vivenciará maravilhas e serão respondidas todas as suas perguntas “por quê e para quê”.
Por isso entrará nesta vida e a aceitará como posse.
Atravessará profundezas e as forças necessárias para isso você adquirirá.
Deve ter lhe chamado a atenção de que todos seguem o seu caminho tanto na Terra como neste lado.
Pois bem, todos estão a caminho para ajudar a Humanidade e a consertar a si mesmo o que tem que ser consertado.
Todos eles servem uma força mais elevada e estão preparados a assimilar o mais pesado que encontrem nos seus caminhos.
Eles servem a vida, trabalham na sua sintonização interior e transitam para esta vida.
O caminho deles é o seu, o meu e o dos que já alcançaram a sintonização mais alta.
Um dia estará comigo nas esferas de luz.
Onde lhe aguarda trabalho.
Portanto, aceite tudo por mais estranho que possa parecer.
Por vivenciar estes milagres, depois aceitará milagres maiores ainda, por ter a ver com a sua vida na Terra e com as suas vidas anteriores.
Tudo isso pertence ao ciclo da Terra.
É o ciclo da alma que segue o seu caminho ao mais elevado.
Você terminará o seu ciclo, por isso siga a voz do seu coração.
Ela o leva ao lugar onde estes milagres e problemas se dissolverão.
Cada pensamento e acontecimento o faz ligar à verdadeira realidade.
Portanto, eu o apoiarei em tudo e da razão que isso acontece entenderá você bem só mais tarde.
Isso foi me encarregado, é a sua e a minha tarefa.
Eu tenho coisas estranhas para lhe contar, ouça mais, Lantos.
Nós pertencíamos à mesma estirpe.
Um dia eu carregava o seu nome, aquele que você carrega neste momento.
No lugar onde você nasceu, isso vou lhe esclarecer.
Porém muitos séculos passaram desde que eu vivia na Terra.
Aguardei muitos séculos por este momento de ligação.
Um século atrás eu disse que também eu terminei a minha vida.
Você fez porque não conseguia aguardar o seu fim, porque aquela solidão o enlouquecia.
A sua curiosidade para conhecer esta vida o levou a esta situação.
Porém eu fiz por remorso, porque tirei a posse de outros.
Eu tive que consertar isso numa outra vida.
Eu expiei com a minha própria vida.
Mesmo assim, me pude livrar da escuridão, porque eu procurava pelo Bem, quis seguir o Bem, porque me convenceram da minha própria vida.
Este caminho está aberto também para você.
Eu o aconselho por isso a procurar pelo Bem mais elevado, porque existe um prosseguimento e lhe aguardam regiões lindas.
Ali possuirá luz e felicidade.
Eu já lhe disse que seres mais elevados me apoiam para esclarecer-lhe os problemas mais profundos e de que trabalharemos para eles.
Tudo isso serve para convencer o Homem da Terra da nossa vida.
Eu sirvo a você, você me serve, todos servimos.
Neste momento pode me fazer perguntas.”
Imediatamente perguntei: “Você é da minha estirpe?”
“Eu pertenci à sua estirpe, por isso o conheço e eu tinha o seu nome.”
“Você poder-me-á contar mais sobre isso?”
“Não, ainda não chegou a hora, mais tarde, no lugar onde você nasceu.”
“Aquela atuação sobre mim no meu ateliê era seu?”
“Era meu.”
“Qual é o significado da luz esverdeada faiscando que eu observei?”
“O que observou foi a sua ligação com os Demônios.”
“Então senti corretamente?”
“Sim, mas eram os meus pensamentos, eu o fi-lo sentir.”
“Obrigado” eu disse e perguntei: “Por que você me mandou para cá?”
“Você tinha que consertar algo a ele, ele o perseguia.
Ele ajudou você a terminar a sua vida.”
“E eu não o conhecia.”
“Isso não é necessário, mas mais tarde poder-lhe-ei esclarecer tudo.
Isso pertence à lei da causa e efeito.”
Achei tudo curioso e perguntei: “aquela imagem que caiu despedaçada, os Demônios fizeram isso?”
“Na verdade as forças deles são tão intensas que até podem.”
“Eu tenho a ver com aquela estátua?”
“Também isso lhe esclarecerei, mas em outro lugar, onde você viveu um dia.
Isso pertence ao passado.”
Pensei novamente naquele que me mandou para cá e perguntei: “Você conhece aquele Demônio?”
“Sim, Lantos, ele é um parente seu.”
“Meu?
Eu não o conheço, eu não tinha parentes e era o único da nossa estirpe.
Como é possível?”
“Mesmo assim é o caso e o vai conhecer.”
Tudo isso é estranho, pensei e tornei a perguntar: “Você sabe onde se encontra o meu amor?”
“Sim, ela vive neste lado.”
“Posso ir ter com ela?”
“Não, ela vive no mundo da inconsciência.
Também disso lhe falarei quando chegar à altura certa.”
“Ela não pode chegar a mim?”
“Não, não é possível.”
“Que pena”, eu disse, “mas estou lhe muito grato.”
“De nada, estou disposto a ajudá-lo em tudo.”
“A Marianne não está consciente?”
“Depois lhe esclarecerei, siga o seu caminho.”
Mais uma pergunta: “Por que você continua na sua situação, no seu próprio Céu?”
“Porque você tem que viver a sua própria vida.”
“Ah, agora eu o entendo.”
“Vou-me embora, Lantos, mas continuo a segui-lo.
Adeus, procure pelo bem.
Seu Emschor.”
O espírito desvaneceu-se diante de mim e eu estava novamente sozinho com mil pensamentos.
Eu não conseguia pensar, porque isso tinha me apanhado de surpresa.
O homem ao meu lado adormeceu.
Deitei-me ao seu lado, porque não tinha forças para ir embora.
Eu sabia mais que antes e, mesmo assim, tudo era escuridão.
Ele vigiaria sobre mim!
A Marianne estava nesta vida, embora invisível para mim.
Eu sentia muito e o entendi, mas de todos aqueles problemas e milagres eu não sentia nada.
Mesmo assim eu tinha que avançar, não podia permanecer aqui.
Ao continuar , todos aqueles milagres se revelariam e eu conheceria a vida.
Eu queria agir sobre mim e conhecer o segredo da minha vida e da Marianne e de tantas outras coisas mais.
Juntei todas as minhas forças e saltei do lugar onde eu estava sentado.
Fora daqui, longe desta miséria.
“Adeus”, também eu lhe disse, “Que o seu Deus lhe dê que o seu fim chega rápido.
Pobre homem!”
Depois disso fui embora.
Nesse momento eu ia de uma cela à outra.
Acima e debaixo de mim eles estavam encarcerados.
Eu via pessoas idosas e jovens.
Este era um lugar de morte, aqui viviam a morte e a vida.
O Homem deixava a sua veste terrena e recebia outra no seu lugar.
Aquela vida habitava neles, mas esta eles não sentiam nem conheciam.
Era a vida em que eu vivia e na qual também eles entrariam.
Eu já tinha visitado muitas celas e contemplado cenas terríveis.
Muitos destruíam o seu corpo terreno e espiritual e sucumbiam totalmente.
Graças a Deus, pensei, que aqueles sentimentos nunca surgiram dentro de mim.
Então eu possuía outra mentalidade que eles?
Eu estava livre disso?
Devia ser assim, porque eu não atentaria contra mim.
Era mais terrível que matar um Homem.
Estes eram loucos espiritualmente e martirizavam a sua veste material.
Isto eu não conseguia assimilar e fui embora.